Pessoas Célebres

Juan Ginés de Sepúlveda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Juan Ginés de Sepúlveda nasceu em 1489 em Pozoblanco, na província de Córdoba naEspanha e faleceu em Pozoblanco em 12 de julho de 1565. Foi um importante filósofo do século XVI. Dedicou-se ao direito, a história e a política.

Biografia[editar]

Juan Ginés de Sepúlveda, também conhecido como “Ginés o cordobês” ou como “Ginés o amputado” na Itália, nasceu na cidade de Pozoblanco no dia 27 de dezembro de 1489 em Córdoba na Espanha. Primogênito do jurista Don Emilio Aiesto de Sepúlveda e de Maria Adelaide de Sepúlveda, ambos nobres e primos de primeiro grau.
Devido às atividades de seu pai, que fora nomeado juiz em 1494, a família se mudou para Córdoba, capital da província. Lá seu pai contratou os melhores tutores da época para ensinarem letrasreligião e ciências para Ginés. Fez sua catequese com Alonso Manrique de Lara, bispo de Córdoba.
Segundo os historiadores Ginés teve uma adolescência difícil. Há relatos de excessos de euforia e melancolia, além de conflitos morais por escutar vozes e relatar sonhos e visões que sua mãe considerava divino.
Em 1510 Ginés ingressa na recém criada Universidade de Alcalá de Henares, onde obteve o título de bacharel em Artes e Teologia. Logo após o término do curso o filósofo tem uma crise. Ele escreve aos eclesiásticos de Córdoba que teve uma visão de Jesus Cristo e Nossa Senhora nús, pedindo para que se unissem a eles como prova de seu amor pelos Santos. Ele passa a ter comportamentos estranhos e seus pais aceitam o conselho do bispo Alonso Manrique de mandar seu filho estudar na Bolonha no intuito de oferecer a Ginés uma possibilidade de se acalmar, evitar conflitos com beatos e se doutorar segundo a orientação e cuidados de religiosos competentes.
Ginés aceita o conselho do bispo e de seus pais e, em 1515, ele se dirige para Bolonha com o objetivo de se doutorar. Tem uma vida relativamente tranquila no ambiente universitário e começa a escrever suas primeiras publicações filosóficas a respeito dos fundamentos filosóficos e teológicos do direito natural. Em 1517, em um episódio de euforia, Ginés entrou em um torneio de equitação na Sicília para impressionar uma jovem aristocrata. Sua performance descabida lhe causou um sério acidente na cela do cavalo que acabou lhe custando os testículos. O evento trouxe ao filósofo uma nova referência nas províncias italianas, “Ginés o amputado”, designação que o acompanhou até a morte.
Em 1519, ao terminar seu doutorado, Ginés ingressa na ordem dominicana e tem sua carreira religiosa alavancada graças a sua erudição em línguas clássicas, em especial grego, hebraico e latim. Em 1522 foi convidado para ser catedrático de um famoso colégio recém criado por Gil de Albornoz em Bolonha, o Real Colégio da Espanha. Este colégio formava a maioria dos nobres católicos naquele período. Foi também neste ano que ele escreveu sua primeira obra de grande repercussão, De vita et rebus gestis Aegidii Albornotii. Seu desempenho como intelectual o fez cair nas graças de Alberto Pío, príncipe de Carpi e Julio de Médicis, monarca de Florença.
Seu interesse pela língua grega e pela filosofia o levaram até o pensamento de Aristóteles. Em 1548 Ginés publica sua primeira tradução das obras do estagirita, a “Política”. Ele aproveita a repercussão deste feito para defender suas ideias referentes ao direito cristão de conquistar militarmente os muçulmanos na Turquia e os índios na América, tidos por ele como povos inferiores desprovidos da bênção da Igreja e dos ensinamentos civilizados do Cristo. Para ele era necessário usar da força viril dada por Deus para expulsar os muçulmanos da Europa contra qualquer tipo de povo inferior.
Sua posição frente à colonização da América, aceita pela alta cúpula de Roma, causou um sério conflito não só na ordem dominicana como também na Igreja Católica de modo geral. As teses de Ginés conflitava com a de outro intelectual domenicano, o Frei Bartolomé de Las Casas, que defendia um processo de colonização pacifico das Américas e que considerava os indígenas americanos filhos especiais de Deus que deviam ser protegidos. O conflito de teses entre os dois foi responsável por várias leis e medidas espanholas no tocante a colonização. Algumas das bases do direito internacional moderno surgiram destas discussões, como a noção de “Guerra Justa” de Ginés.
Além de atuar nas questões políticas referentes a colonização das Américas, Ginés combateu as reformas religiosas européias oriundas do movimento Luterano e Calvinista. Seu principal adversário no campo filosófico e teológico foi Erasmo de Rotterdam. A posição humanista de Erasmo sobre os problemas teóricos do livre-arbítrio, os seus comentários ao Velho Testamento, e sua teoria sobre a igualdade dos povos, defendendo uma perspectiva aristotélica para as diferenças entre estes, “não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável” (Elogio a loucura), é questionada por Ginés.
Para o filósofo, a “História Natural do Homem” revela a verdade: os povos mais fortes físico e moralmente sempre dominam povos com valores morais e religiosos inferiores. Mesmo a força dos romanos de nada adiantou contra a força do Evangelho de Jesus. Os povos superiores devem, portanto, dominar os inferiores para que estes possam evoluir com os conquistadores. Para Ginés era muito mais desumano e anticristão tratar os indígenas como seres exóticos, ingênuos e tutelados.
Ginés volta para sua cidade natal em 1556, onde vira bispo de Pozoblanco. Ele morre no mesmo ano.
Um dos dados mais curiosos sobre a vida de Ginés foi sua alimentação. O filósofo, fazendo uma leitura particular de Aristóteles, associava virilidade à intelectualidade. Para ele a força peniana era uma justa medida da capacidade intelectiva. Por isso propunha aos seus seguidores uma dieta própria para a virilidade. Nela havia cabeças de peixe (fazendo referência a glande), leite, testículos de animais e o hábito de beber a própria urina. Este estilo virou moda entre clérigos e intelectuais da Bolonha, Sicília e Florença no século XVI.

Obras[editar]

Ginés publicou inúmeros livros, artigos e traduções de filósofos gregos. Entre os principais textos se destacam:
  • De vita et rebus gestis Aegidii Albornotii (Bolonha, 1522).
  • De fato et libero arbitrio, libri tres (Roma, 1527).
  • Antapollogia pro Alberto Pio Comite Carpensi in Erasmum Roterodamum (Roma y París, 1532).
  • De rebus hispanorum gestis ad Novum Orbem Mexicumque (Bolonha, 1542).
  • Democrates, sive de justi belli causis (1544)
  • De rebus gestis Caroli V (Roma, 1556).
  • Apologia pro libro de iustis belli causis (Roma, 1556).
  • De convenientia militaris disciplinae cum christiana religione (Pozoblanco, 1560 - pósmorte).
  • De rebus gestis Philippi II (Pozoblanco, 1564- pósmorte).

Referências bibliográficas[editar]

  • ABELLÁN, J. L. Historia Crítica del Pensamiento Espanhol Tomo 2. Madrid: Alianza, 1979
  • NASCIMENTO FILHO, Antonio. Bartolomeu de Las Casas: um cidadão universal. São Paulo: Loyola, 2005
  • P. RUBIO. Diccionario de historia eclesiástica de España. 4 vols and Supplement. Dir.Quintín Aldea Vaquero, Tomás Marín Martínez, José Vives Gatell. Madrid : Instituto Enrique Flórez, Consejo Superior de Investigaciones Científicas, 1972-1975, III, 1480.
  • SUESS, Paulo (org.). A conquista espiritual da América Espanhola. Petrópolis: Vozes, 1992
  • Diccionario de Literatura Española, Madrid: Revista de Occidente, 1964 (3.ª ed.).
  • MORA, Ferrater J. Dicionário de Filosofia Tomo 2. São Paulo: Loyola, 2001
  • Democrates alter, edición bilingüe de Marcelino Menéndez Pelayowww.cervantesvirtual.com

Wikipédia

Manoel Jorge Gomes de Sepúlveda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Manoel Jorge Gomes de Sepúlveda
Retrato de José Marcelino de Figueiredo, acervo doMuseu Joaquim Felizardo
Nascimento16 de abril de 1735
Bragança
Morte28 de abril de 1814 (79 anos)
Lisboa
CidadaniaPortugal Português
OcupaçãoMilitar, administrador colonial
José Marcelino de Figueiredo, cujo nome de batismo é Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, (Bragança16 de abril de 1735 — Lisboa28 de abril de 1814), foi um militar e administrador colonial português.
Batizado como Manuel Jorge Gomes de Sepúlveda, a origem nobre o encaminhou para o serviço militar. Conta a lenda que, muito jovem, foi pego na cama com a esposa de um oficialinglês e, descoberto, duelou com o marido, o qual foi morto. A alegação de legítima defesa não foi aceita, tendo sido condenado à morte. Porém, por ser filho de família influente, um dia apareceu no Rio de Janeiro com uma carta dirigida ao vice-rei, solicitando que o mandassem para o "fim do mundo". Foi assim que, com o nome fictício de José Marcelino de Figueiredo, chegou à Capitania do Rio Grande, onde fez uma carreira-relâmpago e fundou várias cidades, para garantir a posse das terras para a Coroa Portuguesa.1
Quando tomou posse da comandância da Capitania do Rio Grande, em 23 de abril de 1769, não lhe agradou do local onde estava a capital, que era Viamão. Foi então visitar o Porto dos Casais, onde tinham se estabelecido os casais açorianos e, desde então, passou a trabalhar para que ali se instalasse a nova capital. Em 1771 foi autorizado pelo então vice-rei para preparar a localidade para sediar a capital.1
De volta ao Rio de Janeiro em 1771, José Marcelino determinou que seu substituto, o tenente-coronel António da Veiga de Andrade passasse a tratar da urbanização do Porto dos Casais. Renomeado em 5 de abril de 1773, e de volta à província, realizou detalhada inspeção nas obras de transferência da capital, fixando sua residência no Porto dos Casais no dia 25 de julho de 1773, data em que a localidade transformou-se em capital da província. Voltando a Portugal, teve atuação destacada na Revolta de Trás-os-Montes contra os franceses.1

Referências

  1. ↑ Jump up to:a b c d Franco, Sérgio da CostaGuia Histórico de Porto Alegre. Porto Alegre : EDIUFRGS, 2006. 4ª ed., p. 382
Wikipédia

SEPÚLVEDA, António Corrêa de Castro
nasceu em Bragança, em 30.03.1790. Dele escreve Eduardo Proença Mamede, em o Mensageiro de Bragança, de 27.07.2001. Iniciou a sua carreira militar ainda na infância, segundo o hábito da época, e assentou praça em 1796. Em 1805 era promovido a major; dois anos mais tarde, estalando a sublevação do país aos invasores franceses, acompanhou durante todas as campanhas seu pai, prestando relevantes serviços. Tomou o comando do regimento n° 24 em 1820, sendo sucessivamente promovido a tenente coronel, coronel e brigadeiro, mas em 1823, dadas as ideias liberais que professava, o governo absoluto anulou lhe estas promoções e os seus inimigos, que os há sempre, aproveitaram a ocasião para o perseguir. A sua casa foi saqueada e levado a julgamento no Conselho de Guerra, foi condenado à morte, da qual conseguiu escapar. Devido àfuga, a sua família foi perseguida e presos seus filhos Manuel Jorge e Francisco, acabando por ambos serem assassinados nas prisões de Estremoz, a 27 de Julho de 1833. António da Sepúlveda havia casado a 23 de Maio de 1804 com D. Maria Josefa Taveira de Figueiredo Teixeira de Barros, senhora de vários morgados, que nascera a 12 de Fevereiro de 1788, filha herdeira do Dr. Bernardo José de Figueiredo Teixeira de Barros, fidalgo da Casa Real, e de sua mulher, D. Caetana Josefa de Figueiredo Sarmento, e que faleceu a 10 de Março de 1876. Triunfando o Liberalismo em 1834, foi reintegrado no exército, vindo a ser reformado no posto de marechal de campo. O título de Visconde de Ervedosa foi lhe concedido por uma vida por Decreto de 13 e Carta de 19 de Maio de 1815, por D. João VI, então ainda Príncipe Regente e estando no Brasil. Por Decreto de 25 de Fevereiro de 1839, a Rainha D. Maria II conferiu lhe a honra e grandeza de conde. Devido às privações da Família do l° Visconde da Ervedosa, a Rainha D. Maria II concedeu uma segunda vida ao título, também com honra de grandeza, por Decreto de 15 de Fevereiro de 1839, na pessoa do terceiro filho varão existente, Bernardo Corrêa de Castro Sepúlveda, que nasceu em Bragança a 19 de Julho de 1820 e morreu em data incerta. Este casou com D. Maria da Conceição Ferreira, tendo deixado geração, na qual não foi renovado o título. Eis um exemplo de como um ideal governativo levou a uma honra através de actos que. sem sombra de dúvida, custaram o que se diz "sangue, suor e lágrimas". Mas ficaria incompleta esta narrativa se não lembrássemos um pouco as origens familiares do Visconde de Ervedosa, no que respeita aos Sepúlvedas, Família espanhola cujo solar éna vila do mesmo nome, próximo de Segóvia, em Castela a Velha. Um Martim de Sepúlveda passou a Portugal, tendo sido um dos vinte e quatro regedores de Sevilha, sendo senhor do castelo de Noudar, hoje à venda, no Baixo Alentejo. O Rei D. João II de Portugal doou lhe a vila de Buarcos (Figueira da Foz), em remuneração de serviços que este lhe prestou. Martim de Sepúlveda trouxe as armas que usavam em Espanha para o nosso país, e viu as confirmadas pelo nosso Rei de Armas; são elas: em escudo vermelho, uma oliveira de verde perfilada de ouro, sustida por dois leões de ouro afrontados, e suas estrelas, de oito raios de prata, postas nos cantões do chefe.
In iii volume do Dicionário dos mais ilustres Trasmontanos e Alto Durienses,
coordenado por Barroso da Fonte, 656 páginas, Capa dura.
Editora Cidade Berço, Apartado 108 4801-910 Guimarães - Tel/Fax: 253 412 319, e-mail: ecb@mail.pt 

Douro Press


Sem comentários:

Enviar um comentário